Imovéis em Brasília – O absurdo preço dos imóveis em Brasília – Cadê o Ministério Público?

O André de Moura em seu blog disse tudo o que eu penso arrespeito do absurdo do aumento do preço dos imóveis em Brasília, imagina que há exatos 5 anos atrás um imóvel de 4 quartos no PP custava cerca de 400 mil reais, e hj o mesmo imóvel custa R$ 1.200.0000(um milhão e duzentos mil reais), essa é a ilha da fantasia.
Imagina o que isso significa para nós trabalhadores que mesmo com um ótimo salário é impossível economizar um milhão em um vida de trabalho.
Acho que esta cidade virou uma lavanderia de alto luxo.
E nós que não trabalhamos na área de lavanderia como é que ficamos? Acho que já passou da hora de haver uma intervenção por parte do Ministério Público nessa situação, não sei na prática como seria, mas se faz urgente essa intervenção.

Fonte:

http://andredemourasoares.com.br/?p=807

A corrupção embutida no preço dos imóveis em Brasília

APARTAMENTO USADO (+ DE 10 ANOS), COM 90 M2, EM BAIRRO DE CLASSE MÉDIA, 3 QUARTOS, SALA COZINHA, WC. QUANTO VOCÊ PAGARIA POR ESSE IMÓVEL?

Quem disser uns R$ 120 mil não estará cometendo nenhum absurdo. Sobretudo os mais “experientes” e que conhecem as belas cidades “médias” (cerca de 300 mil habitantes) do interior de São Paulo, Paraná ou Santa Catarina, entre vários outros estados. Também não é nenhum absurdo afirmar que se aluga um imóvel assim por “uns” R$ 750 mensais.
Então, porque em Brasília/DF um imóvel parecido com esse custa cerca de R$ 900 mil e o aluguel não sai por menos de R$ 2,5 mil? Qual é a diferença entre construir esse imóvel na capital federal ou em Londrina/PR?
Não falta quem diga que a culpa é o tombamento da cidade (Brasília é patrimônio da humanidade, o que, supostamente, dificulta a ocupação). Certo… então porque não acontece a mesma coisa em Ouro Preto/MG? E porque tem tanto terreno vazio no Plano Piloto ainda?
Além do fato de ser patrimônio da humanidade (tese que não me convence), alguns explicam essa supervalorização imobiliária pelos altos salários públicos, outro argumento para o qual também não encontro fundamentos.  Formalmente falando, menos de 4% da população em Brasília ganha mais do que 20 salários mínimos (segundo o IBGE).
E mesmo assim, esses 4% “mais ricos” vão ter que suar muito a camisa para comprar um apartamento de 95 m2 à R$ 900 mil. Mesmo um casal, que juntos levem cerca de R$ 20 mil por mês para casa, passaria mais de 10 anos poupando o suficiente para comprar um imóvel assim.
E nós estamos falando de um imóvel usado de 95 m2… E os lançamentos de 100, 150, 200, 300 400 m2…!? Quem está comprando isso em Brasília?

Talvez o último escândalo envolvendo o Governador José Arruda (ex-DEM/DF) forneça algumas pistas para esse fenômeno.

Setor Noroeste

O m2 do imóvel comercial no Setor Noroeste chega a custar R$ 18 mil. Isso mesmo, você não leu errado não. Para comprar uma loja de 100 m2, você terá que desembolsar quase 2 milhões de reais. Uma quitinete no Setor Noroeste custa R$ 500 mil. Um apartamento de 70 m2, um pouco mais do que isso (quase R$ 600 mil).
Detalhe importante: o Setor Noroeste só existe no papel…
Segundo João Bosco Rabello, do Estadão “há riqueza ostensiva em Brasília que não poderia ser construída honestamente. Casas suntuosas de servidores e ex-servidores que acumularam patrimônio incompatível com a realidade salarial. A PF trabalha com a convicção de que os preços milionários do mercado imobiliário da Capital, têm origem em lavagem de dinheiro da corrupção.”
Por acaso, o vice-governador do DF, Paulo Octávio (ex-PRN e atual DEM, amigo íntimo de Collor de Melo), é o maior empreendedor imobiliário do Distrito Federal e, claro, o maior entusiasta do Setor Noroeste, mesmo sabendo que o projeto “atropelou” uma área de preservação ambiental e uma reserva indígena, patrimônio que, supostamente, os dois, Arruda e Paulo Octávio, deveriam zelar.

Some aí o fato do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ter alertado o governo sobre irregularidades nas alterações do PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial), promovidas para viabilizar o Setor Noroeste. De interesse para a população, a questão é que o PDOT é um verdadeiro tiro no pé dos habitantes do Distrito Federal e arredores e uma mina de ouro para empresários, governantes e oportunistas do setor da construção civil e imobiliário. Uma herança que vem de governos anteriores, agravada pela gestão do ex-governador Joaquim Roriz, que tem muita culpa no cartório.
Com o discurso de combate ao déficit habitacional, não só o governador e vice, como aliados na Câmara Distrital, quatro diretamente acusados de receberem propina para aprovar matérias de interesse do Executivo, ignoraram por completo os alertas do Ministério Público, protestos de ambientalistas, líderes comunitários e indígenas, e levaram adiante o projeto.
A justificativa é uma falácia. Os imóveis oferecidos no Setor Noroeste são para a classe alta. O déficit habitacional em Brasília (e em qualquer outro lugar do Brasil) atinge as classes baixa e média. Ou seja, o novo bairro é um genuíno fruto da especulação imobiliária, foi concebido para deixar os ricos mais ricos.

Mas e daí? Qual o problema?

Além de dificultar a vida de pessoas comuns que precisam comprar um imóvel para uso próprio, e que não conseguem pagar essa exorbitância por um apartamento simples?
Bem, além do “probleminha” acima, o comportamento do mercado imobiliário em Brasília indica a formação de uma bolha, ou seja, uma super valorização artificial.
Suponha que a Polícia Federal conclua que, de fato, tem muito dinheiro de corrupção sustentando esse mercado atualmente: o sujeito rouba e tem a necessidade de “lavar” o dinheiro de origem ilícita. Investir em imóveis pode ser uma ótima alternativa. A valorização artificial do mercado é muito bem vinda também. Veja o exemplo abaixo:

“Alguns políticos têm colhido os frutos dessa explosão do setor imobiliário. O mais notável deles é o senador Gim Argello (PTB-DF). Além de ser um bem-sucedido corretor de imóveis de Brasília, Gim viu seu próprio patrimônio multiplicar-se nos últimos anos. A casa de 872 m2 em que Gim mora, na Península dos Ministros, próxima às casas do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do presidente do conselho de administração da Gol, o empresário Nenê Constantino, é um fenômeno de valorização. Ela foi adquirida em outubro de 2004 por R$ 950 mil, segundo os registros cartoriais. Apenas dois meses depois, avaliada em R$ 2,2 milhões, a casa entrou como garantia num negócio feito por uma empresa ligada à família de Gim. Hoje, segundo a avaliação do próprio senador, a casa vale no mínimo R$ 5 milhões, embora continue registrada no cartório pelos valores originais.”

Com menos de R$ 20 mil por mês, o senador conseguiu um crescimento em seu patrimônio (somente no tocante ao imóvel citado acima) na ordem de 500% em 5 anos. Nada mal, não? (pouco, perto do Governador Arruda, cujo patrimônio cresceu mais de 1.000%). O mercado imobiliário, entretanto, indica que não existe nada de errado no exemplo acima (do senador). Apenas o resultado de um bom investimento.
Outro exemplo bastante comum, é  o do cidadão que compra o imóvel para especular. Tudo funciona assim: o investidor paga R$ 50.000,00 de  entrada no imóvel, que custa R$ 400.000,00, e paga prestações mensais de R$ 1.000,00. Mas a intenção dele não é comprar o imóvel, mas apenas especular com os preços. Dois anos depois, aquele imóvel está valendo R$ 600.000,00. Ele, então, vende o ágio por R$ 274.000,00 – os R$ 50.000,00 de entrada, mais R$ 24.000,00 que foram pagos de prestações mensais, mais os R$ 200.000,00 de valorização do imóvel. Ou seja, um lucro bruto de 270% em dois anos – lucro de R$ 200.000,00, tendo investido R$ 74.000.
É uma forma antiga, eu diria até “tradicional” de investimento no setor imobiliário. Funciona. Desde que os preços não se estabilizem (se caírem, então

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